Marie Curie, uma figura icônica na ciência, teve uma jornada extraordinária que a levou a descobertas revolucionárias. Nascida Maria Sklodowska em Varsóvia, Polônia, em 1867, ela se tornaria a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a única pessoa a ganhar o prêmio em duas disciplinas científicas diferentes – física e química. Os cadernos de Marie Curie, que ainda irradiam radioatividade mais de um século após suas descobertas, são um testemunho tangível de sua incansável busca pelo conhecimento e de sua contribuição inestimável para o mundo da ciência.
Marie Curie em seu laboratório – Imagem: Super Interessante
Descobertas dos elementos químicos
Marie Curie, uma cientista polonesa, é uma figura icônica na história da ciência. Nascida em Varsóvia na Polônia, no dia 7 de novembro de 1867, Marie Curie se tornou a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a única pessoa a ganhar esse prêmio em dois campos diferentes: física e química.
Marie e Pierre Curie
Marie conheceu Pierre Curie na Escola Superior de Física e Química Industriais de Paris, onde ele lecionava. Ela estava à procura de um laboratório para prosseguir suas pesquisas em física e foi apresentada a Pierre por um colega em comum. Pierre ficou impressionado com a dedicação de Marie à ciência e ofereceu-lhe espaço em seu próprio laboratório. O que começou como uma parceria profissional logo se transformou em amor e o casal se casou em 1895. Juntos, eles embarcaram em uma jornada de descobertas científicas que mudariam o mundo para sempre.
Estudos de Marie Curie
Marie Curie dedicou a maior parte de sua carreira de pesquisa ao estudo da radioatividade, um termo que ela mesma cunhou. Ela realizou experimentos meticulosos com urânio e seus vários compostos, observando que a radioatividade não dependia da forma ou estado do urânio. Isso a levou à conclusão revolucionária de que a radioatividade era uma propriedade atômica, uma descoberta que pavimentou o caminho para a física nuclear moderna e para os tratamentos de câncer com radioterapia.
Marie Curie e seu marido, Pierre, também descobriram novos elementos químicos, polônio e rádio, na sua busca por entender a radioatividade. Usando a técnica de análise espectral, eles separaram os elementos radioativos de uraninita, um minério rico em urânio. Estes descobrimentos não só expandiram a tabela periódica, como também lançaram novas luzes sobre a estrutura fundamental da matéria e o potencial da energia nuclear.
Biografia de Marie Curie
Além de suas descobertas científicas, Marie Curie também enfrentou muitas dificuldades ao longo de sua vida. Ela teve que superar preconceitos e barreiras de gênero para seguir sua paixão pela ciência. Mesmo assim, ela se tornou uma renomada professora de física geral na Universidade de Sorbonne, em Paris, e foi a primeira mulher a se tornar membro da Academia Francesa de Ciências.
A história de Marie Curie é uma homenagem à perseverança e dedicação à pesquisa científica. Suas descobertas revolucionaram nossa compreensão dos elementos químicos e da radioatividade, e seu trabalho continua a ter um impacto significativo até hoje. Marie Curie é uma inspiração para mulheres em todo o mundo que desejam seguir carreira na ciência e conquistar grandes realizações. Seu nome está eternizado no Panteão de Paris, em reconhecimento ao seu legado extraordinário.
Marie Curie – Prêmio Nobel
Marie Curie tem o prestigioso reconhecimento de ser a primeira mulher a vencer o Prêmio Nobel, e a única pessoa a tê-lo conquistado em duas categorias diferentes – Física e Química. Seu primeiro Prêmio Nobel foi em Física, que ela ganhou em 1903 juntamente com seu marido, Pierre Curie, e Henri Becquerel, por suas pesquisas sobre radiação. O fato de que a radiação não era um resultado de interações moleculares, mas vinha do átomo em si, foi uma descoberta revolucionária que desafiou as teorias científicas da época.
O segundo Nobel veio em 1911, desta vez na categoria de Química, em reconhecimento pela sua descoberta dos elementos rádio e polônio. Essas descobertas abriram novas portas para a pesquisa científica e tiveram enormes implicações no tratamento de doenças como o câncer. Os prêmios Nobel de Curie são um testemunho relevante de seu compromisso com a ciência e sua contribuição excepcional para a humanidade.
![prêmio Nobel de química](https://i0.wp.com/acuriosidadematouogato.com.br/wp-content/uploads/2023/04/A-curiosidade-matou-o-gato-Os-cadernos-de-Marie-Curie-A-fascinante-historia-da-pesquisa-radioativa.jpg?w=810&ssl=1)
Cadernos radioativos
Apesar de qualquer recompensa à ciência que poderia render o estudo das anotações da cientista, os cadernos eram tão radioativos que, durante muitos anos, eles foram armazenados em uma caixa de chumbo para minimizar a exposição à radiação. Mas, mesmo assim, a equipe da Biblioteca Nacional da França, onde os cadernos estavam guardados, ficou preocupada com a exposição prolongada ao material radioativo. Em 2011, eles decidiram transferir os cadernos para um local mais seguro.
O próprio corpo da cientista Marie Curie está num sarcófago de chumbo com mais de 2cm de espessura, no Panteão de Paris, junto com outras celebridades.
![prêmio Nobel de química](https://i0.wp.com/acuriosidadematouogato.com.br/wp-content/uploads/2023/04/A-curiosidade-matou-o-gato-Os-cadernos-de-Marie-Curie-A-fascinante-historia-da-pesquisa-radioativa-2.jpg?w=810&ssl=1)
Hoje, os cadernos ainda estão altamente radioativos, e seu manuseio é extremamente perigoso. Mesmo a mais simples exposição a eles pode ser prejudicial à saúde humana. Para estudá-los, os cientistas devem usar roupas protetoras, luvas e máscaras especiais, trabalhar em áreas altamente controladas e monitoradas, além de assinar um termo de responsabilidade e ciência do perigo em questão. A exposição prolongada a eles pode ser fatal.
Mas, apesar desses riscos, os cadernos da vencedora do prêmio Nobel de química e física continuam sendo uma fonte valiosa de informação para os cientistas. Eles contêm muitos detalhes sobre suas pesquisas pioneiras no campo da radioatividade, incluindo suas descobertas de novos elementos químicos e técnicas para medir a radioatividade.
Além disso, os cadernos são um testemunho do poder duradouro da ciência e da persistência de Marie Curie em face de adversidades. Ela dedicou sua vida a entender o mundo que a rodeava e a fazer novas descobertas, mesmo que isso significasse arriscar sua própria saúde. Seus cadernos radioativos são um lembrete contundente do poder e da periculosidade
Instituto do Rádio, prédio que abrigou o primeiro laboratório de Marie Curie em Paris – Crédito: Divulgação – Musée Curie
Laboratório
O laboratório de Marie Curie é um lugar icônico na história da ciência, onde muitas das suas descobertas revolucionárias foram feitas. Localizado em Paris, na Rue Pierre et Marie Curie, o laboratório é hoje parte da Sorbonne Université (Universidade de Sorbonne) e abriga uma variedade de instalações de pesquisa modernas.
No entanto, muitas pessoas se perguntam se o laboratório de Marie Curie ainda é radioativo. De fato, o laboratório foi abandonado após sua morte, em 1934, e durante décadas, os materiais radioativos ficaram em seu interior, liberando radiação. Como resultado, o local ficou altamente contaminado e perigoso para a visitação.
Em 1990, a Agência Francesa de Energia Atômica e Alternativas (CEA) decidiu limpar o laboratório e seus arredores, removendo todos os materiais radioativos e a terra contaminada. O processo de descontaminação durou vários anos e envolveu a remoção de toneladas de solo e resíduos radioativos. Hoje, o laboratório é considerado seguro e livre de radiação.
Apesar de ser um lugar histórico e importante para a ciência, o laboratório de Marie Curie não é aberto para visitação pública. Devido à natureza delicada dos materiais e equipamentos de pesquisa que existem no local, apenas pesquisadores credenciados e autorizados têm acesso às instalações.
Museu Curie, Paris – Imagem: H
O Museu Curie
A visitação ao laboratório é proibida, no entanto, existem outras maneiras de conhecer a história de Marie Curie e seus legados. O Museu Curie, localizado em Paris, é uma excelente opção para aqueles que desejam aprender mais sobre a vida e a obra da cientista Marie Curie. O museu abriga uma vasta coleção de objetos pessoais, cartas, livros e equipamentos de pesquisa de Marie e Pierre Curie, além de exposições interativas e educacionais.
Além disso, a Fundação Curie, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1909 por Marie Curie, trabalha até hoje em prol da pesquisa e tratamento do câncer. A fundação tem como objetivo continuar o legado de Marie Curie, promovendo a excelência científica e o progresso na luta contra o câncer.
Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar dois prêmios Nobel e foi pioneira em estudos sobre radioatividade e elementos químicos como o rádio e o polônio. Ela nasceu na Polônia, no Império Russo, e estudou na Universidade de Varsóvia antes de se mudar para Paris, onde se tornou professora na Universidade de Paris. Durante a Primeira Guerra Mundial, Marie Curie também contribuiu para a radiologia na guerra, desenvolvendo aplicações médicas para a radioatividade.
A dedicação de Marie Curie à ciência e suas descobertas revolucionárias na área da química e física nuclear abriram caminhos para muitas mulheres cientistas. Ela foi a primeira mulher a se tornar membro da Academia Francesa de Ciências e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em campos diferentes. Seu trabalho no Instituto Curie e no Instituto do Rádio teve importantes aplicações médicas e impacto em todo o mundo.
Marie Curie é uma figura inspiradora e sua vida e legado são uma homenagem à ciência e ao avanço da pesquisa científica.
Conclusão
Em resumo, o laboratório de Marie Curie é um lugar importante na história da ciência, mas não é mais radioativo e não é aberto para visitação pública. No entanto, existem outras maneiras de conhecer a vida e obra de Marie Curie, vencedora do prêmio Nobel de química e seu legado na pesquisa e tratamento do câncer. A Fundação Curie e o Museu Curie são excelentes opções para quem deseja aprender mais sobre essa cientista notável e sua contribuição para o mundo da ciência.