Com o aumento das mudanças climáticas, nosso mundo quente e populoso está se tornando um lugar difícil de se viver. Nós já consumimos a maior parte dos recursos naturais, poluímos nossos corpos d’água, derretemos as geleiras e assassinamos a vida selvagem. Para piorar nossos problemas, a água potável está se tornando um produto precioso. Pode-se dizer que a insuficiência de água potável pode levar os países a entrar em guerras.
De acordo com um relatório, estima-se que até 2025, dois terços da população mundial irão enfrentar problemas em acessar água potável. A Terra é 70% água, mas o único problema é que tudo é a água salgada que não podemos consumir. Então, para saciar a sede da humanidade no futuro, nós precisamos encontrar maneiras de remover o sal e os contaminantes das águas subterrâneas e dos oceanos.
Embora a instalação de grandes estações de destilação tenha sido proposta, elas são extremamente caras para construir. Além disso, a osmose inversa é usada por muitas estações para limpar e filtrar a água, pois pressiona a água salgada através de membranas que bloqueiam o sal para produzir água potável. Hoje em dia, a eletricidade necessária para executar o sistema de osmose inversa é responsável por até metade das despesas das estações de tratamento de água. O pior é que o procedimento completo deixa para trás uma mistura de produtos químicos e resíduos de salmoura super salgados que pode danificar o ecossistema local se despejado diretamente. O que torna isso ainda pior é que as estações de tratamento de água são movidas por combustíveis fósseis que emitem carbono.
Visto que algumas atitudes urgentes precisam ser tomadas neste caso, os pesquisadores estão tentando usar a energia solar para fazer da água salgada e contaminada, uma aguinha fresca e limpa. Tirando inspiração da natureza, a ideia é deixar que a água evapore completamente, deixando os sais e outros contaminantes para trás e assim condensar os vapores da água em água limpa. No entanto, isso também tem algum custo, pois a instalação de estações imensas com todos os equipamentos necessários, abala com o orçamento do governo.
Na Arábia Saudita, os engenheiros e pesquisadores estão planejando construir uma estação de tratamento de água com espelhos gigantes que concentram a luz do sol e superaquecem a água salgada que está armazenada em grandes cúpulas de aço e vidro, distribuída por 50 metros. Mas esse é apenas um conceito e não uma solução infalível.
Os pesquisadores estão tentando usar designs e materiais inovadores para tornar o processo simples, barato e portátil o suficiente para fazer uma destilação e dessalinização de alta qualidade e torná-las acessível em todo o mundo.
Nos países em desenvolvimento, a necessidade de água potável está sempre aumentando e as tecnologias solares térmicas são consideradas uma saída para esse dilema. Isso acontece porque permite à pessoa reduzir as necessidades de energia na purificação da água e também fazer isso em um local onde seja completamente fora da rede de tratamento.
De acordo com Qilin Li, uma engenheira ambiental da Rice University, nenhuma tecnologia de hoje é capaz de lidar com a alta salinidade na água por um custo tão baixo. Inicialmente, o Departamento de Energia dos Estados Unidos iniciou uma competição pela dessalinização solar. O departamento, em breve, irá listar os semifinalistas para esse prêmio. O objetivo da competição é desenvolver um sistema que possa produzir mais de 1.000 litros de água doce utilizável por meros $1,50 dólares. Que competição bacana, né?
Esses sistemas poderiam superar os problemas e desvantagens da osmose inversa. A desvantagem mais significativa dessa tecnologia de osmose é que só dessaliniza metade da água salgada colocada. O que fica para trás é como uma sopa de resíduos (salmoura) que é ou jogada no mar ou enterrada no solo, podendo criar um desequilíbrio ecológico.
O uso da energia solar para dessalinização pode filtrar e purificar uma água com o dobro do teor de sal que a água do oceano possui. Isso poderia incluir a água subterrânea salobra e salmouras de estações de osmose inversa, bem como resíduos agrícolas e industriais que a osmose inversa não consegue manusear. Conforme os pesquisadores, somente tecnologias e métodos acionados termicamente, como a dessalinização solar por exemplo, podem processar essas salmouras altamente salgadas.
Os pesquisadores da Rice University desenvolveram um sistema de dessalinização solar com uma membrana de plástico permeável. Essa membrana especialmente projetada deixa entrar o vapor da água, mas não o líquido. Um lado da membrana é revestido com partículas de carbono minúsculas que aquecem quando entram em contato com a luz do sol, como resultado, a água salgada que entra em contato, com esse lado da membrana, começa a vaporizar. Os vapores passam através das membranas, condensando em água limpa.
Esse é só o começo que precisávamos neste campo. Nós temos que esperar até que mais sistemas consistentes sejam desenvolvidos e enquanto isso, devemos ter em mente a importância de economizar a nossa preciosa água.