Quando você estiver se divertindo à beira mar neste verão, lembre-se de que há muita coisa acontecendo no fundo do oceano que ainda não temos conhecimento. Enquanto é falado em ir para o espaço sideral, existem alguns lugares na Terra intocados e pouco explorados, e um deles é o oceano. Os oceanos são misteriosos porque existem milhares de lugares inexplorados e é o lar de algumas das espécies mais estranhas do planeta. Talvez toda essa tecnologia que temos agora esteja nos condicionando a explorar outras coisas ao invés das profundezas do oceano que está aqui, no nosso planeta.
Em termos de profundidade, os oceanos são imensos, tanto que a profundidade média deles é de cerca de 3,7 quilômetros. Existem alguns mistérios por lá que os cientistas não conseguem explicar, como a água-viva imortal, o som Bloop, as baleias-azuis, a geologia marinha, a lula gigante, a anomalia do Mar Báltico, a esfera roxa e o fenômeno do mar luminoso. Com isso tudo, pode-se dizer que os oceanos são de fato um mistério. Mas além desses fenômenos, tem um que confundiu todos os cientistas: a Fossa das Marianas – a fenda mais escura e profunda do mundo.
Além de suas fontes termais em uma etapa e água abaixo do ponto de congelamento em outra, a luz solar não atinge o fundo há bilhões de anos. Este é um cenário geralmente descrito como ‘semelhante ao da lua’ e com pressão decrescente. Nas profundezas do oceano, a cerca de 11.000 metros abaixo do nível do mar, existe um mundo subaquático repleto de estranheza, cheio de mistérios e oportunidades ilimitadas para descobertas científicas. Queremos apresentar a você a Fossa das Marianas: o lugar mais profundo do planeta.
É a sua profundidade que a torna um dos locais mais mortíferos da Terra, tanto que ninguém o explorou ainda. Lá, a temperatura da água está abaixo de 0 ° C e o lugar está sempre coberto de escuridão. A extrema pressão da água, de 8 toneladas por polegada quadrada, é o que torna a Fossa das Marianas quase impossível para a vida, tanto que em um piscar de olhos, qualquer buraquinho cheio de ar de seu corpo, assim como seus pulmões, entraria em colapso e os seus ossos seriam esmagados.
A Fossa das Marianas foi formada quando duas placas tectônicas colidiram, a Placa das Marianas e a Placa do Pacífico, resultando em uma forçando sob a outra, com a crosta oceânica mais densa e mais velha deslizando para o manto.
Qual a sua profundidade?
Essa depressão crescente na superfície do Oceano Pacífico, tem uma profundidade de 11.000 metros e uma largura de cerca de 69 km, se estendendo por mais de 2.400 km. Nessa profundidade, a pressão sentida de toda a água acima a torna cerca de 1.000 vezes maior do que seria em Nova York ou Miami. O interessante é que as aberturas no fundo liberam bolhas de dióxido de carbono líquido e enxofre, que são venenosas. Tudo por lá está submerso na escuridão!
Para se ter uma ideia da profundidade da Fossa das Marianas, a maior parte da vida marinha vive a mais de 200 metros, e os submarinos nucleares flutuam a mais de 250 metros de profundidade. Por outro lado, as baleias preferem nadar a mais de 2.400 metros e, além disso, o famoso navio Titanic pode ser encontrado imerso a 3.800 metros de profundidade.
De acordo com os cientistas, se você colocar a montanha mais alta da Terra, o Monte Everest por exemplo, na parte inferior da Fossa das Marianas, seu topo ainda estaria cerca de 2.100 metros abaixo do nível do mar. Consegue imaginar a profundidade disso?
A parte mais profunda da Fossa das Marianas, chamada Depressão Challenger, fica a quase 11.000 metros, mais precisamente 10.994 metros abaixo da superfície, sendo o ponto mais distante da superfície da água.
Enquanto milhares de escaladores conquistaram o Monte Everest, apenas três mergulhadores foram capazes de explorar a Depressão Challenger, situada no extremo sul da Fossa das Marianas. Em 1960, o tenente da Marinha Don Walsh e Jacques Piccard iniciaram a primeira expedição para chegar a este lugar profundo. Para desvendar os segredos do mundo subaquático, eles usaram um submersível da Marinha dos Estados Unidos: Trieste.
De acordo com eles, vivenciaram um ambiente estranho. Jacques Piccard afirmou que viu algo quando chegaram ao fundo após 4 horas e 47 minutos. Ele chamou Walsh e viram algo único, um peixe chato. Eles não conseguiram tirar nenhuma foto, mas os cientistas dizem que é impossível para a vida aguentar 11.000 metros de profundidade. E agora, quem será que tem razão, né?
50 anos depois, em 2012, um homem, apaixonado por ficção científica e cineasta, James Cameron, desceu sozinho para a Depressão Challenger em um submarino que ele mesmo projetou. Ele passou três horas por lá e capturou alguns vídeos e fotos. Algumas especulações são de que sua próxima direção em Avatar será baseada no fundo do oceano, e por conta disto ele mergulhou no oceano em busca de inspiração. Será? Vamos ficar de olho nas estreias do cinema, né!