A cidade de Veneza, localizada na região nordeste da Itália, é uma cidade única e encantadora, conhecida por sua beleza arquitetônica e por sua peculiaridade de ser construída sobre a água, a cidade é um destino turístico popular, atraindo milhões de visitantes todos os anos para explorar seus canais, pontes e praças históricas. No entanto, Veneza também enfrenta desafios significativos, como o aumento do nível do mar e a erosão dos edifícios e estruturas. Será que Veneza está afundando? A humanidade corre o risco de perder este símbolo de beleza e encanto, com uma história e herança cultural que a tornam um destino imperdível para aqueles que buscam uma experiência única na Itália? Vamos falar sobre isso. Tenha uma excelente leitura e divirta-se!
Origem de Veneza
Dentre outras várias cidades italianas, a cidade de Veneza tem uma história rica e fascinante que remonta à antiguidade. Sua origem remonta ao século V, quando os povos itálicos da região do Vêneto se refugiaram nas ilhas da laguna de Veneza para escapar das invasões bárbaras que assolavam a península itálica. Esses povos eram principalmente de origem romana e celta, e encontraram nas ilhas um ambiente seguro e protegido para estabelecerem suas comunidades.
No entanto, a verdadeira colonização da cidade de Veneza começou no século IX, quando as comunidades dispersas das ilhas da laguna começaram a se unir sob uma única autoridade central. Os refugiados encontraram vantagens estratégicas nas ilhas, com sua localização entre o mar Adriático e o mar Mediterrâneo, permitindo um comércio próspero e rotas de navegação importantes. Com o tempo, a cidade cresceu e se tornou um importante centro comercial, estabelecendo laços comerciais com o Oriente Médio, o Norte da África e o restante da Europa. Essa influência oriental se refletiu na arquitetura, cultura e arte da cidade, que se tornou uma das mais importantes da Europa durante a Idade Média e o Renascimento.
Veneza está afundando: histórico de inundações
A cidade de Veneza tem uma longa história de inundações desde a antiguidade devido à sua localização na laguna e à sua topografia única. A região é suscetível a marés altas, conhecidas como “acqua alta”, que resultam em inundações periódicas. Essas inundações são causadas por uma combinação de fatores, como a maré alta, a ação do vento e a subsidência contínua do solo.
Registros históricos indicam que as inundações em Veneza remontam aos tempos romanos. No entanto, as primeiras referências escritas sobre as inundações datam do século IX. Ao longo dos séculos, a cidade enfrentou inúmeras inundações devastadoras, algumas das quais tiveram impacto significativo em sua arquitetura e infraestrutura.
A devastadora inundação de 1966
A inundação de 1966 em Veneza foi uma das piores desastres naturais que já ocorreram na cidade. Em 4 de novembro de 1966, uma combinação de fatores, incluindo marés excepcionalmente altas e chuvas intensas, resultou em uma inundação devastadora em Veneza. A maré alta atingiu o pico de 1,94 metros, inundando cerca de 80% da cidade. A água invadiu edifícios históricos, igrejas, museus e residências, causando danos significativos ao patrimônio cultural da cidade. A Praça da Basílica de São Marcos, conhecida como Piazza San Marco em italiano e um dos principais pontos turísticos de Veneza, ficou submersa por mais de um metro de água. O nível da água alcançou a altura das estátuas de leões que guardam a entrada da praça.
Muitas obras de arte e livros raros foram perdidos ou danificados, totalizando prejuízos estimados em bilhões de dólares e com um impacto profundo na vida dos venezianos. A reconstrução e a restauração dos edifícios e das obras de arte levaram anos. Após esse evento dramático foram implementadas medidas para proteger a cidade contra inundações futuras.
Inundação de 2002
Apesar de todas as medidas que passaram a ser tomadas desde a fatídica enchente de 1966, em 2002 ocorreu em Veneza outra das piores inundações em décadas. No dia 31 de outubro daquele ano, a maré alta atingiu o nível de 1,58 metros, o que resultou em aproximadamente 75% da cidade sendo inundada, um efeito atribuído ao aquecimento global. A água invadiu igrejas, museus, lojas e residências, causando danos consideráveis.
Novamente, edifícios históricos sofreram danos significativos, incluindo afrescos e obras de arte valiosas, o que resultou em bilhões de euros em prejuízos. Os moradores enfrentaram a destruição de suas propriedades e tiveram que lidar com a tarefa desafiadora de limpar e reconstruir.
Essa enchente trouxe à tona a necessidade urgente de medidas eficazes para proteger a cidade contra inundações futuras. À partir de então, muitos esforços passaram a ser realizados, alguns bastante significativos, como a construção das barreiras móveis MOSE (Modulo Sperimentale Elettromeccanico), que estão em desenvolvimento para proteger a cidade contra as marés altas.
Podemos dizer que Veneza está realmente afundando?
Sim, a cidade de Veneza está afundando! Esse fenômeno, conhecido como subsidência, apesar de acontecer lentamente, em torno de 2 milímetros por ano, está ocorrendo e é causado por uma combinação de fatores naturais e atividades humanas. A cidade está construída sobre uma série de ilhas e ilhotas na laguna de Veneza, e o solo em que ela se assenta é composto por sedimentos instáveis.
O afundamento de Veneza é um processo natural que ocorre há séculos, mas a atividade humana, como a extração excessiva de água subterrânea, o bombeamento de água para o abastecimento da cidade e a construção de infraestruturas pesadas, agravaram o problema. O peso adicional dessas construções e a extração de recursos subterrâneos contribuíram para o afundamento gradual da cidade. Além disso, as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar são fatores adicionais com que Veneza esteja afundando. À medida que o nível do mar sobe, a pressão sobre as estruturas da cidade aumenta, tornando-a mais vulnerável às inundações.
Estratégias de combate
Para evitar o afundamento contínuo de Veneza, várias ações estão sendo tomadas:
• Monitoramento e pesquisa: A cidade está sendo constantemente monitorada por pesquisadores e especialistas em engenharia para entender melhor o afundamento e as mudanças no solo.
• Restrição à extração de água subterrânea: A extração excessiva de água subterrânea é uma das principais causas do afundamento. Restrições foram impostas para reduzir essa extração e preservar o equilíbrio hidrogeológico da região.
• Reforço das fundações: Edifícios históricos estão passando por intervenções estruturais para reforçar suas fundações. Isso ajuda a estabilizar as estruturas e a reduzir os efeitos do afundamento.
• Controle da erosão e sedimentação: Ações estão sendo tomadas para controlar a erosão das ilhas e ilhotas e garantir que os sedimentos sejam mantidos nas áreas apropriadas. Isso envolve a manutenção de canais de navegação, o replantio de vegetação e o controle de embarcações que possam causar impactos negativos.
• Barreiras móveis MOSE: As barreiras móveis, chamadas de MOSE (Modulo Sperimentale Elettromeccanico), estão sendo instaladas na entrada da laguna de Veneza para proteger a cidade de marés excepcionalmente altas. Essas barreiras são acionadas quando necessário para evitar a entrada de água na laguna.
• Sensibilização e envolvimento da comunidade: A conscientização sobre os problemas enfrentados por Veneza é fundamental. Campanhas educativas são realizadas para envolver a comunidade local e os visitantes na preservação da cidade, incentivando práticas sustentáveis e respeito ao meio ambiente.
Todos esses esforços estão sendo feitos com o intuito de suavizar, tornar menos intenso o afundamento e proteger a cidade de Veneza contra as inundações causadas também pelo aumento do nível do mar e pela subsidência do solo. Entretanto, é um processo demorado, complexo e contínuo, mas que, com certeza, vale a pena, quando se trata de preservar um Patrimônio Histórico da Humanidade.
Conclusão
Em suma, Veneza, a cidade dos canais, é mais do que um ponto de parada turístico; ela é um destino pulsante que encanta por sua história e beleza singular. Conhecida como “Veneza do Norte”, e até por vezes comparada com a cidade de São Paulo devido à sua complexa arquitetura aquática, Veneza oferece aos seus visitantes uma experiência única. Do Rio de Janeiro à região do Mar Adriático, pessoas de todo o mundo são seduzidas por localidades como a Piazza San Marco e são envolvidas pela atmosfera histórica do grande canal de San Polo e da Gallerie dell’Accademia.
Os canais cintilantes de San Marco e o imponente centro histórico falam muito sobre Veneza, um ponto turístico que não só finaliza uma viagem mas que marca a vida dos turistas. Entre gôndolas e pontes, como a famosa Ponte dos Suspiros, e ao som de Antonio Vivaldi, a “La Sereníssima”, a antiga capital do império romano e mais tarde da República de Veneza, reserva a cada visitante uma parte de sua alinhada essência italiana. Destinos como Santa Croce e o Piazzale Roma, próximo à Torre do Relógio, contam o contínuo passeio da história. Nos Estados Unidos, no entanto, as informações sobre o Carnaval de Veneza retratam apenas um vislumbre dessa rica tapeçaria cultural.
Com cada primavera ou verão, Veneza na Itália renova sua oferta de maravilhas. Quando Napoleão Bonaparte se voltou para esta terra de águas e pontes, certamente viu o inestimável valor de um lugar que, apesar de tudo, preserva um legado que sussurra dicas de uma época de opulência e encanto. Em nome do turismo, do cuidado e do amor por esta metrópole, é vital continuar a registrar e compartilhar todo conteúdo que mantém Veneza como um lugar vivo na memória e no coração das pessoas.
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